domingo, 16 de janeiro de 2022

Curral Queimado: Subsídios para a história de Petrolina

 

João José de Araújo Sobrinho - Janjão (1888-1977).  

Hélio de Araújo

Maria Auxiliadora de Souza

Raimunda Dias de Araújo.

 

Petrolina-PE, janeiro de 2022.

 

O COMEÇO

A comunidade de Curral Queimado fica na área de sequeiro, distante 35 quilômetros da sede do município de Petrolina, no sertão pernambucano. Os primeiros moradores foram o casal João José de Araújo Sobrinho (Janjão) (1888-1977) e Maria Francisca de Araújo e seus filhos. Eles chegaram em 1936, vindos do Riacho do Sobrado, Casa Nova-BA. Janjão fez a primeira casa e o primeiro tanque de armazenamento de água da localidade. As telhas foram transportadas de jumentos do Riacho do Sobrado.

Em 1947, o casal Manoel Francisco de Araújo (Cansadinho) e Maria Dias Pereira, também partiu com oito dos seus dez filhos, do Riacho do Sobrado, em busca de melhoria de vida. Estavam juntos os genros Manoel Francisco de Souza (Mané Chico) e Manoel Bernardo (Indé), esposos de Elisa e Eliosina, respectivamente, e três netos. No ano seguinte, veio o filho Dedé e a esposa Alzira, somando-se quatro novas residências. Lá, ficou apenas a filha Justina, a mais velha de Cansadinho.

Cansadinho e sua família se fixaram perto de um morro que tinha enorme fenda, antigo abrigo de onças. Ele denominou de Furna Grande. Acreditava que encontraria meios para a sobrevivência, devido à existência de terra boa para lavoura e muito espaço para a criação de animais.

Assim que todos se estabeleceram, trabalharam de sol-a-sol, enfrentando todos os obstáculos, sem medirem esforços, na expectativa de dias melhores. Um trabalho exausto, mas o desejo de mudança era muito forte.

Sentiram a necessidade de melhorar o lugar e analisaram quais providências poderiam garantir a água, elemento indispensável à vida. Com coragem, planejamento e experiência de homens acostumados a viver no semiárido, procuraram o local mais favorável para armazenar o líquido precioso e encontraram uma vereda com solo impermeável. Decidiram que ali seria o local ideal para a construção do reservatório e, com disposição para solucionar o problema, Cansadinho e seus filhos começaram a escavação. Todo o material retirado foi carregado em uma padiola improvisada e aproveitado na formação da parede que represaria a água que passaria por ali. Depois de pronto, o barreiro representou um grande avanço na vida daquelas pessoas. A água era barrenta, mas matava a sede de gente e animais e servia para uso doméstico.

Pertinho de lá (Lagoa do Angico), moravam os casais Francisco João de Araújo e Bela e Zé Baixinho e Santinha. Mais adiante residiam os casais Francisco José de Araújo (Chico Velho) e Aurora, Francisco de Araújo (Chico Onça) e Porcina, além de Janjão e Francisca. Bem perto (Lagoa do Pé da Serra), habitavam os casais Antônio Francisco de Araújo (Toinho) e Isabel e Canuto e Amélia. Cada família era formada por grande número de filhos.

 

CONVIVÊNCIA COM A SECA

Os moradores viviam da agricultura e pecuária. Plantavam milho, feijão, mandioca, melancia e abóbora. Tinham pequenos rebanhos de ovinos, caprinos e bovinos que ajudavam no sustento da família. Criavam galinhas que rendiam alguns lucros com a venda dos ovos. O gado era mantido nos currais do final da tarde até o início da manhã e solto depois das vacas ordenhadas. A partir da liberação, não havia mais a necessidade de cuidador, pois a prática comum era ficarem soltos no mato. As famílias garantiam leite durante o ano todo, mantendo sempre uma vaca bem alimentada por farelo, separando ela do bezerro no final das tardes, ordenhando-a pela manhã, e liberando-a para o bezerro mamar o resto do leite.

Os porcos eram mantidos em chiqueiros para engorda, onde eram alimentados com milho até estarem prontos para o abate. Depois, todo o toucinho era apurado, transformado em óleo, armazenado em garrafas e usado na comida durante meses. O mesmo procedimento acontecia com a carne, que cozinhavam e deixavam desidratar no óleo, ficando assim conservado para servir de mistura.

 

O Curral Queimado passou a receber visitas de políticos como Simão Amorim Durando, Marcos Maciel e Honório Rocha. A casa de Cansadinho era o local de encontro desses homens públicos que questionavam sobre as carências e necessidades mais urgentes da localidade e discutiam o que fazer para melhorar as condições de vida dos moradores. Em determinada visita, o deputado Nilo Coelho se encontrava na residência de Cansadinho e uma das suas noras encontrava-se com forte depressão, sem ânimo para cuidar do lar e dos filhos. Diante da preocupante situação, Cansadinho pediu que, excepcionalmente, o médico Nilo Coelho consultasse a doente e a solicitação foi prontamente atendida.

Essas autoridades agiram pelo desenvolvimento da localidade, construindo um poço artesiano que produzia água salgada, útil apenas para matar a sede dos animais. Entretanto, muitas vezes, as pessoas recorriam a um meio simples para melhorar o sabor, misturando água salgada do poço com a do barreiro, ficando clara, boa para cozinhar, principalmente o feijão, que ficava com aparência de novo. Depois construíram um barreiro maior, com capacidade de armazenar bastante água, servindo a todos das redondezas. Apesar dessas providências, o problema de abastecimento não foi totalmente solucionado, pois quando o inverno era fraco não enchia o barreiro e as pessoas ficavam dependendo do carro pipa.

Em casos de longa seca, a água era carregada em barril, no lombo de equinos, de Terra Nova, distante oito quilômetros. As roupas eram lavadas, semanalmente, nesse local. As mulheres saiam de madrugada, montadas em jumentos, levando trouxas de roupas. O mais temido nesses deslocamentos era a possibilidade de cruzarem, no caminho, com a onça vermelha que diziam existir por lá.

Em 1951, a estiagem prolongada estimulou a migração de membros da família da moradora Aurora para o Sul, onde já morava um dos seus irmãos, Manoel Pedro, trabalhando como cuidador de animais de uma fazenda. Marcada pela condição de pobreza, aquela família necessitava de iniciativas que resultassem em melhoria da qualidade de vida e o estado do Paraná realizava um movimento de expansão agrícola. Inicialmente, viajaram os filhos Elena e João.

Após a volta do Paraná, Elena e Augusto permaneceram em Curral Queimado vivendo da lavoura e da criação de ovinos e caprinos. No final da década de 1950, ele juntava sua pequena produção, comprava galinha, ovo, umbu, mamona, caroá, farinha, beiju, tapioca, queijo, requeijão, carne de bode, couro e pele, e saia semanalmente, ao anoitecer dos dias de domingo, para vender essas mercadorias nas manhãs do dia seguinte, na feira de Petrolina. Alguns desses produtos eram vendidos no armazém do senhor Quelê e na Exportadora Coelho.

O cuidado com a criação que ajudava na renda familiar, na alimentação, fornecendo leite, carne e pele e, a venda da sobra da pequena produção na cidade, era feita por muitos lavradores. Eles transportavam toda essa mercadoria no lombo de jumentos. Um trabalho pesado, mas necessário pela busca da sobrevivência.

Para superar as dificuldades da longa distância, havia uma parada de descanso na metade do caminho. Os camponeses escolhiam um lugar adequado, botavam as cargas abaixo e dormiam ao relento. Na madrugada, arrumavam tudo novamente e seguiam para o centro da cidade, onde comerciantes adquiriam toda a mercadoria. Terminando as vendas, faziam compras e retornavam.

Dedé, por ser dono de bodega e ter a obrigação de mantê-la abastecida, exerceu essa tarefa, semanalmente, durante anos. Um dos seus companheiros de viagem foi seu cunhado, Chico.

Com o passar dos anos, Chico, Augusto e vários outros resolveram morar definitivamente na sede de Petrolina e instalaram bodegas. Boa parte das mercadorias era fornecida pelo armazém do senhor Virgílio Nogueira, situado à Rua Dom Vital. Os parentes João Deon, Zé Marciano, Gangarim, Chico Onça, Canuto, Anjinho, também aderiram ao mesmo ramo de comércio. Canuto, além das mercadorias comum à toda bodega, vendia tecidos e roupas. Essas novas atividades possibilitaram que Augusto comprasse uma motocicleta Vespa, iniciativa seguida pelos demais bodegueiros. Muitos deles, posteriormente, adquiriram automóveis.

 

EDUCAÇÃO

A vida era difícil para as crianças da zona rural. Faltava escola e, até mesmo, incentivo dos pais. A preocupação maior das famílias era pela sobrevivência e os pequeninos, logo cedo, tinham o compromisso de ajudar os pais nos afazeres diários, cuidado dos animais, da lavoura e tudo que fosse necessário. Existia, numa localidade distante chamada Veredinha, o professor Pedrinho, que era leigo e sabia apenas ler, escrever e contar. Ele, inicialmente, recebeu lá, em sua residência, alguns alunos e, posteriormente, deslocava-se de lá, de jumento e ministrava aulas numa casa de farinha, que ele chamava de Escola Itinerante Veredinha. Cada aluno matriculado recebia cópia do alfabeto e dos algarismos, com o compromisso de memorizá-los. Depois, passavam um período cobrindo letras e números que recebiam pontilhadas em papel. Escreviam com uma pena que a todo instante secava e era reabastecida no tinteiro.

Quando o estudante mostrava segurança na leitura e escrita das sílabas e dos números, recebia a tabuada e a cartilha do ABC. O alunado do mestre Pedrinho estudava cantando. Depois do reconhecimento de algumas palavras, de um pouco de soma e multiplicação, os discentes treinavam a leitura e escrita, copiando e fazendo todos os dias, a leitura de um texto. Um deles foi o cordel O Trabalho.

As abelhas fazem o mel

É indústria, antiga

O cão é guarda fiel

Corta folha, a formiga.

Até mesmo os animais

Passam os dias trabalhando

Os burros entre os varais

Os bois, carros, puxando.

 

Ao passarem para o primeiro livro, todos os dias estudavam uma lição, um texto onde seriam avaliados. Uma série era considerada concluída quando esgotadas todas as leituras do livro. As demais séries se davam da mesma forma. Cada aluno possuía um pequeno quadro de pedra do tamanho de uma folha de ofício. Fazendo uso de uma pedra lapidada no formato de um lápis, era possível escrever e ficar gravado. Essa técnica era utilizada nas tarefas de matemática. Um dia da semana era reservado para o “Argumento”, momento pelo qual, o estudante depois de decorar a tabuada, submetia-se a uma avaliação oral. Era o dia mais temido por todos. Em pequenos grupos, de pé, posicionados na frente do professor, os discentes tinham que responder corretamente as perguntas que ele fazia. Se errassem, eram punidos pelo educador que usando a palmatória, dava batidas fortes na mão. Muitas vezes, determinava que o próprio colega aplicasse o castigo, fato que causava revolta. Eventualmente, essas palmatoradas eram descontadas em netos do docente que moravam por perto e eram seus alunos. E o pior é que essa garotada já era bem prejudicada, pois o professor usava sua autoridade de avô para puni-los mais do que os demais pupilos.

Com o desenvolvimento contínuo daquela comunidade rural, em 1958 construíram o prédio da igreja católica. Na verdade, era um salão capela. A partir de 1962, o espaço religioso passou a servir também de sala de aula, com o altar separado por uma cortina. A primeira professora, Celita Brito, lecionou por muito tempo e foi, posteriormente, substituída por sua prima, Socorro Brito. Ambas eram leigas.

Logo após a inauguração da Emissora Rural, em outubro de 1962, a localidade passou a ter a escola radiofônica, que eram aulas transmitidas pelo rádio, administrada por uma pessoa que orientava os alunos. Esse foi o primeiro rádio que tiveram acesso. O equipamento tornou-se grande atração, despertando o interesse de todos. O senhor Cansadinho, encomendou, por intermédio do senhor José Coelho, três rádios, que veio de São Paulo. Um ficou ele e os outros com dois filhos.

A área passou a ser distrito em 1963. No ano seguinte, foi construída, na localidade, uma unidade educacional intitulada Escola Curral Queimado. A primeira professora formada a ministrar aulas foi Helena Hilda de Araújo, que permaneceu atuando por dois anos e em 1967, foi substituída pela irmã, Eliete Araújo.

A professora Helena, ao transferir-se para a sede de Petrolina, sugeriu que a sua aluna, Maria Auxiliadora de Souza, assumisse o cargo de professora. Maria Wilza, diretora da Gerência Regional de Educação (GRE), na época, aprovou a indicação, e aconselhou a jovem a concluir seus estudos, formando-se no curso de Magistério. Com muita determinação e coragem, Auxiliadora lecionou por alguns anos no Curral Queimado, depois fixou-se na sede onde estudou, venceu as dificuldades  e realizou seus sonhos, formando-se professora.

Auxiliadora tinha uma família numerosa de doze irmãos que passava por dificuldades. Para ajudar, arrumou um emprego na Empresa Somassa onde trabalhou por alguns anos até concluir os estudos. Com o diploma em mãos, procurou a diretora da GRE e foi encaminhada para lecionar na Escola Estadual Clementino Coelho. Como já lecionava na Escola Curral Queimado decidiu assumir as turmas nas duas unidades educativas. Uma jornada de trabalho cansativa, mas que foi enfrentada com responsabilidade, coragem, amor à profissão e compromisso, durante o ano todo. Em todas as manhãs, às sete e meia, Auxiliadora assumia a sala de aula da Escola Clementino e largava às onze e meia. Em seguida, pegava um ônibus, viajava durante quarenta minutos, descia na beira da estrada, onde seu pai todos os dias a esperava. De lá, os dois percorriam, de lambreta, os seis quilômetros que separam a escola rural da rodovia. Terminada a aula, ela retomava para a sede de Petrolina, onde dormia para recomeçar tudo no dia seguinte. A professora Auxiliadora trabalhou na Escola Clementino Coelho desde a sua fundação, em 1977, até a data da sua aposentadoria. Seu comportamento exemplar serviu de incentivo para uma tia e suas irmãs mais novas que concluíram os estudos em Petrolina.

Maria Auxiliadora de Souza e Raimunda Dias de Araújo são exemplos de camponesas que iniciaram como alunas do professor Pedrinho, depois foram alunas da escola da localidade e quando adultas, retornaram como professoras.

Nos intervalos das aulas da escola rural a merenda servida era leite, mingau, passas, paçoca.

 

SAÚDE e TRANSPORTE

Quem cuidava da saúde era a pessoa mais esclarecida do lugar, que indicava remédios. Uma criança com gripe, verme ou feridas pelo corpo, era forte candidata a receber aplicação de injeção. O aparelho de metal era guardado numa caixinha, juntamente com o recipiente onde o álcool fervia a água que esterilizava o aplicador. Quem quebrava braço ou perna, tinha o osso recolocado no lugar e imobilizado com casca de angico amarrado com correias de couro para regenerar. Esse procedimento até que funcionava. O problema era quando tratava-se de criança, pois, geralmente, eram apelidadas de acordo com o nome de tiras. Uma delas que teve o braço “angicado” era chamada pelos colegas de “relógio de três pulseiras”. Nos casos de mordida de cobra venenosa, as pessoas recorriam à curadores, que diziam que tinham sidos picados e não ficaram doentes.

O maior desafio de morar na zona rural era superar as dificuldades de transporte. Houve casos de emergência em que pessoas se deslocaram à pé, praticamente correndo, em busca de ajuda para socorrer doentes.

Por muitas décadas o transporte de pessoas e mercadorias era feito de jumento ou cavalo, e depois, substituído por carroça, bicicleta e lambreta. Com a necessidade do transporte, surgiram os primeiros veículos de linha. As primeiras pessoas a trabalharem nesse ramo foram João Nego com camionete, Monteiro, com caminhão, Dedé com veículo pequeno e Pedrinho com caminhão, que ia até a localidade de Salgadinha, onde recolhia passageiros e mercadorias, e voltava para pegar os moradores do lugar. Os passageiros idosos eram acomodados na boleia

O senhor Virgílio Nogueira, dono do armazém frequentado por pessoas do Curral Queimado, era proprietário de uma fazenda nas proximidades. Inicialmente, de Jipe, depois de Rural, o comerciante, constantemente, passava dirigindo e nunca negava uma carona. Quando adoecia alguém, era só avisar que ele socorria de imediato. As mulheres grávidas quando tinham complicações no parto, era ele quem ia pegar. Dependendo do caso, levava para a cidade.

Em 1960, Dona, esposa de José de Pedrinho, estava grávida e teve complicação no parto. Virgílio foi avisado e atendeu imediatamente. Infelizmente, já encontrou-a sem vida. A criança nasceu, mas não sobreviveu. Alzira, esposa de Dedé, estava grávida de gêmeos, uma criança nasceu e a outra, já no quinto dia, ainda não havia nascido. Por cauda da gravidade, Virgílio arrumou médico e enfermeira e se deslocaram para o socorro. Já próximo, tiveram notícia que a criança havia nascido, mas continuaram a viagem e fizeram o atendimento.

Três filhas de Cansadinho tiveram complicação na gravidez. Justina comemorava a festa do padroeiro quando teve um aborto e ficou muito doente. Virgílio estava presente e a levou, às pressas, para o hospital. Elisa, depois de um aborto, ficou tão mal que, na falta de condições de levá-la no carro, voltou para Petrolina e mandou uma ambulância. Eliosina precisou ser socorrida no parto. O comerciante levou uma parteira do Hospital Dom Malan, a senhora Romilda, mas não resolveu o problema e levaram-na para ser atendida na maternidade de Petrolina.

Com a convivência que Virgílio tinha com as pessoas do lugar, muitas famílias o convidava para batizar seus filhos. Em uma determinada época da Semana Santa, houve uma queima de Judas, ao lado da Catedral, onde foi lido o testamento de Judas. Para o senhor Virgílio foi deixada uma cobrança.

O senhor Virgílio Nogueira

Tem um ninho de Cancão

Me comprou uma Rural

E não deu nenhum tostão.

 

Com o aumento da população, houve a construção da Maternidade em 1966. A partir dessa estrutura, as pessoas passaram a ter atendimento médico mensalmente. A inauguração dessa unidade de saúde, contou com a participação da dedicada professora Helena, que envolvia os seus alunos nos eventos locais. Esses estudantes declamaram poesias, fizeram apresentações de danças e músicas e discursaram demonstrando gratidão àqueles que trabalharam pelo crescimento da comunidade. Um representante da família Coelho, ouviu emocionado, uma música cantada pelos alunos.

O Curral Queimado hoje está em festa

E todos nós repletos de emoção

Apresentando à família Souza Coelho

Nossa homenagem de pleito e gratidão

Nossos aplausos

O povo amado

Nós, os alunos

Da Escola Curral Queimado.

 

A primeira enfermeira da maternidade chamava-se Ananias, substituída, anos depois, por Valdelice, que fixou residência juntamente com seu esposo, José Campos, escrivão de um cartório existente no lugar durante muito tempo.

 

CASA DE FARINHA

Nos primeiros anos, a fabricação de farinha era trabalho duro e pouco produtivo. Os meios usados eram precários, o espaço era pequeno e desconfortável, possuindo um único forno. A mandioca era ralada por meio da força humana. Uma pareia de homens fazia movimentar um rolo de madeira cravado de serras onde era feita a moagem e outra pessoa colocava a raiz para ser triturada. A atividade era perigosa e algumas vezes chegavam a ralar os dedos, houve um caso de perda de parte de um desses membros. Com o passar dos tempos, adquiriram um pequeno motor. Foi um progresso no sentido de diminuir o desgaste físico, porém continuando a mesma forma de moagem e o risco de acidente.

A construção da Casa de Farinha, em 1968, facilitou muito a vida dos lavradores, tornando a atividade menos cansativa e mais produtiva. Tudo melhorou, o trabalho tornou-se prazeroso, pois contavam com três fornos, um motor bem mais moderno e um moinho. Bastava jogar a mandioca e era triturada, facilitando ainda mais a vida das pessoas.

Cansadinho foi nomeado pelo prefeito José de Souza Coelho, em 9 de outubro de 1968, para exercer o cargo de Zelador da Casa de Farinha do Curral Queimado. O agricultor ficou muito grato, pois em tempos difíceis aquele salário foi de extrema importância. A edificação era, sobretudo, um ambiente laboral, mas também, local de lazer onde todos se encontravam produzindo farinha, tapioca e beiju. As crianças se divertiam, fazendo de tudo uma brincadeira. Os familiares residentes na cidade aumentavam o período de visitas na época da farinhada. Em determinada ocasião o senhor José de Souza Coelho compareceu com toda a família, trazendo manteiga da terra para saborear beiju saído do forno.

Em maio de 1974, o casal Cansadinho e Maria comemoraram bodas de ouro com a celebração de uma missa.

 

LAZER

Qualquer movimento que juntasse o povo era considerado lazer. As missas, rezas, procissões, debulha de feijão, partidas de futebol, festa de casamento com comida farta e sanfoneiro animado, e até mesmo o trabalho na farinhada. Era só alegria. Muita gente comparecia à Festa do Padroeiro São Judas Tadeu, no dia 28 de outubro, que tinha celebração da missa e leilão. A comemoração transformava-se em grande momento de encontros.

Embora distantes, as pessoas não esqueceram a festa de São Pedro, padroeiro do Riacho do Sobrado, no dia 29 de junho. Todos os anos, saiam cedo da madrugada à pé ou em jumentos, para participar dos festejos, e retornavam à tardezinha, no final da celebração.

As crianças se divertiam muito. As menores gostavam de brincar de se esconder, pular corda, boneca de pano, ciranda cirandinha, cabra cega, passe o anel, boca de forno, balanço de cordas, carrinho de lata. As maiores jogavam peteca, dama, caçavam passarinhos, jogavam futebol. Eram partidas animadas e até havia quem as narrassem em forma poética, conforme os versos Futebol Curral Queimado, escritos por Lourival Claudino.

 

O goleiro de domingo

Causa admiração

E se continuar assim

Nós seremos campeão.

 

Qualquer time que vier

Jogar no Curral Queimado

Tem um beck, Seu Dedé

Que joga desassombrado.

 

Temos outro lateral

Que eu vou dizer quem é

Edvaldo e Everaldo

Seu Viano e o Pelé.

 

Chiquito é muito pequeno

Porém dá muito trabalho

Correndo lá pelo centro

Não pode haver atrapalho.

 

Seu Bau correndo parece

Que é movido a vapor

A bola sobra para ele

Daí é que surge o gol.

 

Aníbal, este é meu beck

Zagueiro de confiança

Por dura que seja a partida

Ainda tem esperança.

 

Este eu vou dizer

Antes que saia da mente

É um centroavante forte

O nosso amigo Vicente.

 

E o autor desses versos

Não é mestre nem doutor

Quando está jogando bola

Só pensa em fazer gol.

 

A Câmara Municipal de Petrolina aprovou por unanimidade, na reunião realizada no dia 7 de julho de 1977, o voto de profundo pesar por motivo do falecimento do senhor Manoel Francisco de Araújo. Sua família doou para o Museu do Sertão de Petrolina, um rádio, um quartinheiro, um par de alforges, um batedor de nata e uma cabaça para chumbo, objetos que retratam bem a vida do povo sertanejo, seus costumes e suas técnicas de trabalho. Foi uma boa aquisição para aquela instituição que tenta preservar a história do homem sertanejo, mostrando o meio ambiente, o artesanato, a moradia rural, os valores da economia, da política, da religião e da sociedade sertaneja como um todo.

Em 1976, foi desativado o motor a diesel que garantia desde 1960, a iluminação de alguns postes dispostos nas imediações da escola, capela, maternidade e Casa de Farinha do Curral Queimado. A energia que funcionava, entre dezoito e vinte e uma horas, passou a ser gerada em Paulo Afonso-BA.

 

Vários moradores iam para São Paulo. Certa vez, Aurora recebeu a seguinte correspondência:

 

São Paulo, 17/12/1980.

Minha querida mamãe,

Primeiro peço a minha benção, para que eu seja feliz. Escrevo-lhe esta cartinha para desejar um Feliz Natal e um Próspero Ano Novo. Eu e todos de casa ficamos com saúde, graças ao meu bom Deus.

Mamãe, eu mando um presente para a senhora e mais quinhentos cruzeiros. Segue também um presente para a Morena. Espero que estejam bem!

Nada mais. Lembranças para todos daí.

E no mais, saudades do seu filho que sou.

Pedro Francisco de Souza Neto.

 

O Curral Queimado é conhecido como Terra da Família Cancão ou Comunidade da família dos “Cancão”. O pássaro Cancão é considerado a voz da caatinga. Todos os moradores de lá tinha algum grau de parentesco. Uns diziam que o apelido era por causa do nariz afilado, característica comum em seus moradores.

 

Após o falecimento dos moradores mais antigos, o Curral Queimado ficou, praticamente, abandonado. Os jovens mudaram para a cidade em busca de outros meios de vida ou para estudar. Isso se deu, mais ou menos, entre 1984 e 1995, ano que colocaram água encanada. Com a novidade, muitas casas foram construídas e o lugar voltou a ser bem habitado, principalmente, nos fins de semana.

quinta-feira, 12 de agosto de 2021

Livros de Hélio de Araújo

 

Livros de Hélio de Araújo

Hélio de Araújo publicou seu primeiro livro, “Andanças”, em 1999, relatando sua história a partir do acidente de moto que o deixou tetraplégico, quando conduzia uma moto alcoolizado. Neste envolvente depoimento literário o autor aborda o tratamento de reabilitação, saída do isolamento social, entrada na universidade, conquista do emprego, casamento e filhos, tudo intercalado por episódios engraçados.

Enveredando pelo caminho da ficção, em 2001, editou “O Quarteto”, narrando, de forma leve e bem-humorada, as aventuras de um cego, um cadeirante, uma surda e uma professora sem deficiência visível, em viagem pelo Sertão, enfrentando longas estradas asfaltadas, caminhos de terra e trechos de hidrovia pelo Rio São Francisco.

História de Luta das Pessoas com Deficiência em Petrolina” foi sua terceira experiência. Lançado em 2015, o documentário apresenta a trajetória histórica de transformação da comunidade do Vale do São Francisco, tendo como foco principal a luta das pessoas com deficiência, iniciada em 1980, combatendo o assistencialismo, a superproteção e a discriminação, marchando para um repensar, para o reconhecimento dessas pessoas como seres humanos, iguais a quaisquer outros. O livro enfatiza que as pessoas com deficiência física, intelectual ou sensorial não deixaram de buscar estudo, trabalho, lazer, de contribuir com a sociedade e exigir seus direitos ou de cumprir com as suas obrigações, de modo que se fazem merecedoras de um tratamento digno e igualitário.

Retomando o estilo romance, lançou “O anoitecer de Aurora” (2017), contando a trajetória de uma sertaneja, enfatizando as dificuldades para sobreviver na área de sequeiro e os desafios enfrentados para criar catorze filhos, num tempo de grandes transformações físicas e sociais na área rural do semiárido nordestino. O livro mostra o cotidiano dos sertanejos, tipos de moradia, meios de transporte, fauna, atividades e produtos agrícolas, modos de conservação dos alimentos, hábitos, religiosidade, festas, estratégias de sobrevivência, a figura da rezadeira e situações hilárias. O aspecto econômico é abordado quando Aurora migra para o Paraná e experimenta o trabalho na lavoura do café. A obra revela ainda o perfil de uma mulher amorosa, lutadora, de caráter ilibado, que zelou por todos os familiares, que soube ser firme diante das adversidades e vencer os obstáculos que iam surgindo.

Em 2018, publicou “Canudos de Antônio Conselheiro” que trata da guerra entre seguidores de um líder religioso e os combatentes do governo republicano, no fim do século XIX.

Em 2019 lançou o livro “Assombros de Lampião”, relatando os momentos mais importantes na vida de Virgulino Ferreira da Silva (Lampião) e os principais combates entre seu grupo de cangaceiros e as forças policiais volantes, ocorridos em sete estados nordestinos.

“As Pegadas de Padre Cícero” (2021) é o mais recente livro de Hélio de Araújo. A obra conta a trajetória da vida religiosa e política do notável Padre Cícero Romão Batista, admirado por milhões de brasileiros, considerado patriarca do Nordeste, padrinho dos sertanejos e escolhido por seus conterrâneos como o Cearense do Século.

domingo, 1 de agosto de 2021

VIDEOS

https://www.youtube.com/watch?v=pkOqAne3oAA 64 Carla Bessa é atriz, tradutora e escritora. Em 1991 emigrou para a Alemanha, de onde tem se dedicado à tradução literária alemão-português do Brasil e a escrever histórias, como "Urubus" (livro ganhador do Prêmio Jabuti 2020, Categoria Conto), pela Confraria do Vento, 2019. Este ano, a obra será lançada na Alemanha pela Transit Verlag. "Aí eu fiquei sem esse filho" (Oito e meio, 2017), outro livro de contos seu, sairá na Grécia pela Skarifima Editions. Escreve regularmente resenhas para o Jornal Rascunho e para a revista Capitolina; acaba de lançar "Minha Murilo" (novela), pela Urutau, 2021.

Escritores entrevistados por Marcelo Batalha em 2020

https://www.youtube.com/watch?v=C_YQWtt_6_w 04 Majela Colares. Poeta e contista de Limoeiro do Norte-CE, mas é sobretudo do Recife. Autor de Soldador de Palavras (1997), O Silêncio no Aquário (2004), Margeando o Caos e outros livros. alguns traduzido para o alemão.

https://www.youtube.com/watch?v=HetSu3gSvkE 07 Sidney Rocha. Escritor e editor cearense recifenizado. “Minha religião é a literatura. Minha igreja é a escola pública”, diz o autor de “Fernanflor” e “A estética da indiferença”.

https://www.youtube.com/watch?v=aix-PrNWPOU 08 Walther Moreira Santos. Escritor, ilustrador e artista plástico. Já publicou mais de 60 obras nos gêneros romance, contos, teatro e infanto-juvenil. Recebeu os prêmios Luís Jardim, Adolfo Aizen (Academia Brasileira de Letras). Obras densas - DENTRO DA CHUVA AMARELA; fortes - O CICLISTA (Prêmio José Mindlin de Literatura); singulares - ARQUITETURAS DE VENTO FRIO.

https://www.youtube.com/watch?v=WjZGiXlFXZc 09 Cícero Belmar. Escritor e jornalista. Autor de contos, romances, biografias, peças de teatro e livros para crianças e jovens. Bodocoense. Ganhou o Prêmio Literário Lucilo Varejão e Prêmio de Ficção da Academia Pernambucana de Letras (APL), onde, ocupa a cadeira de número 33. Autor de romances como UMBILINA E SUA GRANDE RIVAL.

https://www.youtube.com/watch?v=BmcvKXiSsLk&t=554s 10 Raimundo Carrero. Jornalista, escritor, editor e acadêmico da APL. Em 1975, iniciou sua trajetória de romancista com A HISTÓRIA DE BERNARDA SOLEDADE - A TIGRE DO SERTÃO. Prêmios APCA, Machado de Assis, Jabuti e São Paulo de Literatura. Sua obra envolve romances, contos, crítica literária. Seus romances já foram adaptados para o cinema e traduzidos para diversas línguas. O COLÉGIO DE FREIRAS (2019) e o ESTÃO MATANDO OS MENINOS (no prelo, 2021), ambos pela Iluminuras.

https://www.youtube.com/watch?v=K5XBO_u0tTM 12 Wellington de Melo, escritor, editor e tradutor. Publicou diversos livros, foi editor da Cepe. Suas obras, "O caçador de mariposas" e "Felicidade".

https://www.youtube.com/watch?v=KSssms39WwI 20 Marcelino Freire. Nasceu em Sertânia, viveu no Recife e desde 1991 reside em São Paulo. É autor, entre outros, dos livros “Angu de Sangue” (Ateliê Editorial) e “Contos Negreiros” (Editora Record – Prêmio Jabuti 2006). Em 2004, idealizou e organizou a antologia de microcontos “Os Cem Menores Contos Brasileiros do Século” (Ateliê). Alguns de seus contos foram adaptados para teatro. Participou de várias antologias no Brasil e no exterior. “Contos Negreiros” foi publicado em 2013 na Argentina, pela Editora Santiago Arcos e com tradução de Lucía Tennina; e no México, pela Librosampleados, com tradução de Armando Escobar. Criou a Balada Literária, evento que acontece em São Paulo desde 2006, com edições em Teresina (desde 2017) e Salvador (desde 2015). No final de 2013, publicou seu primeiro romance, intitulado “Nossos Ossos” (Record – Vencedor do Prêmio Machado de Assis), publicado também na Argentina, pela editora Adriana Hidalgo; na França pela editora Anacaona, e em Portugal pela editora Nova Dheli. Em 2018, lançou pela José Olympio o livro “Bagageiro”, que reúne o que ele chama de “ensaios de ficção”. Coordena oficinas de criação literária desde o ano de 2003.

https://www.youtube.com/watch?v=yImlYclLPlE 21 Ronaldo Correia de Brito. Dramaturgo, contista, romancista. Escreveu Galileia, romance que lhe valeu o Prêmio São Paulo de Literatura (2009). Cearense de Saboeiro, reside no Recife há 50 anos - onde se formou em medicina pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e ainda atua na profissão. Publicou Dora sem véu (romance, 2018), Faca e Livro dos homens (contos, 2017), O amor das sombras (contos, 2015), Estive lá fora (romance, 2012) - todos pela Alfaguara; Crônicas para ler na escola (2011), pela Objetiva; entre outros. Escreveu as peças Baile do Menino Deus, Bandeira de São João, Arlequim de Carnaval, e O Pavão Misterioso, que já tiveram várias edições, tanto no formato teatral quanto em prosa, pelas editoras Companhia das Letrinhas, Objetiva/Alfaguara, Cosac Naify e Bagaço.

https://www.youtube.com/watch?v=oKLzF0Ul-0U 26 Maurício Melo Júnior. Natural de Catende-PE, escritor, jornalista, crítico literário, apresenta o programa "Leituras", dedicado à literatura brasileira. Publicou diversos livros infanto-juvenis, além de uma novela e um volume de crônicas. Tem contos publicados em diversas antologias. É autor do monólogo "Volta à Seca", encenado pelo ator Chico de Assis, em 2016; também as peças "Depois da Guerra" e "Güinter – Monólogo da Diversidade", inéditas. Ganhou menção honrosa no Prêmio Sesc de Literatura 2016 com o romance - lançado agora em 2020 - "Não me Empurre para os Perdidos". É Presidente do Instituto Casa de Autores, de Brasília, e membro da Associação Nacional dos Escritores. Livros do autor: 1º) Andarilhos, Ed. Bagaço, 2007; 2º) Dança, meu Boi, meu Boi Formoso, Ed. Bagaço, 2012/2013; 3º) Quando a Catarineta quase volta a Olinda, Ed. Bagaço, 2012/2013; 4º) A espada do Rei Lambe-Sujo, Ed. Bagaço, 2012/2013.

https://www.youtube.com/watch?v=L2343Ysy6oE&t=10s 28 José Castello. Escritor, jornalista e crítico literário. Cronista do suplemento "Pernambuco" e do mensário "Rascunho". É autor de "Ribamar" (Bertrand Brasil, 2010, Prêmio Jabuti de romance do ano em 2011).

https://www.youtube.com/watch?v=Tu9oTTL8IRU 32 Maria Valéria Rezende. Escritora, trabalhou na China, Argélia, México, Timor Leste. Nasceu em Santos (SP), morou em Olinda e desde 1976, vive na Paraíba. Começou a publicar literatura com a primeira versão do livro "Vasto Mundo" (Ed. Beca), reeditado em nova versão (Alfaguara, 2015) e traduzida e publicada na França (Anacaona, 2017). Nos últimos anos, publicou livros que a tornaram uma das mulheres mais relevantes da literatura do país, acumulando reconhecimento pela qualidade de sua obra: três Jabuti, um em 2009 (Categoria Infantil), com "No risco do caracol" (Autêntica, 2008); outro em 2013 (Categoria Juvenil), com o romance "Ouro dentro da cabeça" (Autêntica 2012). Em 2017, ganhou o Jabuti de melhor romance e Livro do Ano de ficção com "Quarenta dias" (Alfaguara, 2014). Em 2017, seu romance "Outros Cantos", ganhou o Prémio Casa de las Américas (Cuba), o Prêmio São Paulo e o Prêmio Jabuti (3º Lugar). Rezende também participa do Movimento Mulherio das Letras, como forma de lutar por mais espaço para as escritoras femininas.

https://www.youtube.com/watch?v=TQftN5jvUwg 31 100 Anos de João Cabral (com Peron Rios e Marcos Pasche). João Cabral de Melo Neto, nascido no Recife, em 1920, publicou seu primeiro livro, "Pedra do Sono" em 1942. Mudou-se para o Rio de Janeiro, aos 22 anos e aos 25 anos ingressou no serviço diplomático. Na época lançou o "O engenheiro". Ao longo da carreira no Itamaraty, passou por países como Senegal, Portugal, Espanha, Inglaterra e Suíça, mas nunca deixou de escrever. Em 1950, o pernambucano apresentou "O Cão Sem Plumas".

https://www.youtube.com/watch?v=2h89A0T3-bQ 33 100 Anos de Clarice Lispector (com Claudia Nina). Em 2020, Clarice Lispector completaria 100 anos. Considerada uma das escritoras brasileiras mais importantes do século XX, sua obra profunda marcou o início de uma literatura baseada em sensações e sentimentos, levando seus leitores a uma viagem para o mergulho psicológico nos personagens. Clarice é, seguramente, uma das maiores escritoras brasileiras. Seu trabalho inclui romances, contos, crônicas e livros infantis.

https://www.youtube.com/watch?v=GxtaCgfOuIU 35 Antônio Carlos Secchin escritor, poeta, membro da Academia Brasileira de Letras, com oito livros publicados. Em 2018 publicou, na área da literatura infantil, "O galo gago", contemplado com o Selo 10 da Cátedra de Leitura da UNESCO. Ensaísta, autor de "João Cabral: a poesia do menos" (1985); "Percursos da poesia brasileira, do século XVIII ao XXI", ganhador do Prêmio da APCA (Associação Paulista dos Críticos de Arte) como o melhor livro de ensaios publicado no país em 2018, e "João Cabral de ponta a ponta" (2020). Desdizer" (TopBooks, 2017), uma edição que congrega toda a obra poética de Antonio Carlos Secchin.

https://www.youtube.com/watch?v=l8w7ALrR8wc 39 Luís Henrique Pellanda. Nasceu em Curitiba (PR). Escritor e jornalista, é contista e cronista, autor dos livros "O macaco ornamental" (contos, finalista do Prêmio Fundação Biblioteca Nacional), "Nós passaremos em branco" (crônicas, finalista do Prêmio Jabuti), "Asa de sereia" (crônicas, finalista do Prêmio Portugal Telecom), "Detetive à deriva" (crônicas, obra selecionada pelo PNLD Literário 2018, Programa Nacional do Livro e do Material Didático), "A fada sem cabeça" (contos) e "Calma, estamos perdidos" (crônicas). Também organizou os dois volumes da antologia "As melhores entrevistas do Rascunho". Foi editor e idealizador do site de crônicas Vida Breve, além de subeditor do jornal literário Rascunho. É cronista do jornal Plural.

sábado, 17 de julho de 2021

Vídeos de formação

Canal ProIG Seduce Petrolina  https://www.youtube.com/watch?v=TFOt3ub3v3w

FORMAÇÃO - LETRAMENTO NA EDUCAÇÃO INFANTIL: CAMINHOS E POSSIBILIDADES


domingo, 4 de julho de 2021

Simpósio Pe. Cícero Romão Baptista

Simpósio Pe. Cícero Romão Baptista - Tema: Um padre e sua fé: Cícero, história e legado. Transmitido em 06/10/2020. Organizado pelo Departamento de Teologia da PUC-Rio.

https://www.youtube.com/watch?v=NEOeteJjqzY Facetas de uma "santidade pecadora" no sertão nordestino.

https://www.youtube.com/watch?v=tiZpNbsClwE&t=1479s "É inegável que padre Cícero viveu uma fé simples em sintonia com o seu povo".

sábado, 3 de julho de 2021

Hélio de Araújo lança o livro “As Pegadas de Padre Cícero”



O professor Hélio de Araújo lançou, no dia 1° de julho, o livro “As Pegadas de Padre Cícero”. Com 184 páginas, a obra conta a trajetória da vida religiosa e política do notável Padre Cícero Romão Batista, admirado por milhões de brasileiros, considerado patriarca do Nordeste, padrinho dos sertanejos e escolhido por seus conterrâneos como o Cearense do Século. O sétimo livro do professor Hélio foi prefaciado pelo escritor caririense João Tavares Calixto Júnior e impresso na Companhia Editora de Pernambuco (Cepe), em Recife.
O autor, de 58 anos, recebeu apoio do Café Barranqueiro, Mercadinho Líder, Postos Raul Lins, Projetar Irrigação e Secretaria Municipal de Educação, Cultura e Esporte de Petrolina (Seduce). Comprem pelo Zap 87 98854-3944

                                          OUTROS LIVROS DE HÉLIO DE ARAÚJO

O livro “Andanças”, de Hélio de Araújo, relata a história do autor a partir do acidente que o deixou tetraplégico, quando conduzia uma moto alcoolizado. Hélio aborda o tratamento de reabilitação, saída do isolamento social, entrada na universidade, conquista do emprego, casamento e filhos, tudo intercalado por episódios engraçados.

O livro “O Quarteto”, de Hélio de Araújo, narra de forma leve e bem-humorada, as aventuras de um cego, um cadeirante, uma surda e uma professora sem deficiência visível, em viagem pelo Sertão, enfrentando longas estradas asfaltadas, caminhos de terra e trechos de hidrovia pelo Rio São Francisco.

“História de Luta das Pessoas com Deficiência em Petrolina” (2015), foi sua terceira experiência. O livro documentário apresenta iniciativas inclusivas ocorridas entre 1980 e 2015, enfocando o combate ao assistencialismo, a superproteção e a discriminação, enfatizando que pessoas com deficiência física, intelectual ou sensorial não deixaram de buscar estudo, trabalho, lazer, de contribuir com a sociedade e exigir seus direitos ou de cumprir com as suas obrigações, de modo que se fazem merecedoras de tratamento digno e igualitário.

No livro “O anoitecer de Aurora”, Hélio de Araújo conta a trajetória de uma sertaneja, enfatizando as dificuldades para sobreviver na área de sequeiro e os desafios enfrentados para criar catorze filhos, num tempo de grandes transformações físicas e sociais na área rural do semiárido nordestino. A obra mostra o cotidiano dos sertanejos, tipos de moradia, meios de transporte, fauna, atividades e produtos agrícolas, modos de conservação dos alimentos, hábitos, religiosidade, festas, estratégias de sobrevivência, a figura da rezadeira e situações hilárias. O aspecto econômico é abordado quando Aurora migra para o Paraná e experimenta o trabalho na lavoura do café. O livro revela uma mulher amorosa, lutadora, de caráter ilibado, que zelou por todos os familiares, soube ser firme diante das adversidades para vencer os obstáculos que iam surgindo.

Em 2018, publicou “Canudos de Antônio Conselheiro” que trata da guerra entre seguidores de um líder religioso e os combatentes do governo republicano, no fim do século XIX.

Em dezembro de 2019 lançou o livro “Assombros de Lampião”, relatando os momentos mais importantes na vida de Virgulino Ferreira da Silva (Lampião) e os principais combates entre seu grupo de cangaceiros e as forças policiais volantes, ocorridos em sete estados nordestinos.